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* Este artigo foi publicado originalmente pelo Jornal Notícias e Jornal O País

 

 

Ao celebrar hoje, o Dia Internacional da Juventude, estamos a comemorar a nossa futura geração em Moçambique.

 

Desde jovens como Allen (17), da província de Tete, que participaram nos diálogos comunitários sobre a masculinidade positiva, a Bastina (18) da província de Nampula, que participa em redes para pessoas com deficiência, a juventude em Moçambique já lidera a mudança das normas sociais necessárias para assegurar uma sociedade inclusiva e equitativa.

 

Duas em cada três pessoas em Moçambique têm menos de 25 anos de idade. Com o crescimento previsto, a população do país irá duplicar até 2050. É agora o momento de colher os benefícios do dividendo demográfico.

 

Mas isto só pode ser alcançado através de investimentos na educação, saúde, igualdade de género, empoderamento e emprego para os jovens.

 

Precisamos também de assegurar que as raparigas não se casem antes dos 18 anos de idade (actualmente quase uma em cada duas raparigas e mulheres jovens casam antes desta idade), e não se tornem mães adolescentes para que possam aceder ao seu direito à autonomia corporal, continuar a ir à escola e tornar-se agentes activos do desenvolvimento sócio-económico de Moçambique.

 

Como testemunhei durante a VII Conferência da Juventude esta semana, uma coisa ficou evidente: os jovens querem - e precisam - estar envolvidos em todas as decisões que têm impacto nas suas vidas. Agora a nossa aposta é tornar isso uma realidade.

 

Durante a Conferência da Juventude, felicitei igualmente, Sua Excelência o Presidente da República, pela eleição de Moçambique como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Esta eleição é uma oportunidade fantástica para que as questões mais pertinentes da vida dos jovens sejam abordadas ao nível mais alto. 

 

Uma parte fundamental da parceria do UNFPA, Fundo das Nações Unidas para a População, com o Governo de Moçambique reside em assegurar que as necessidades e demandas dos jovens sejam integradas plenamente nas estratégias e políticas nacionais; como por exemplo, a parceria com Ministério da Economia e Finanças, envolvendo mais de 100 organizações de jovens da sociedade civil, contribuírem para a elaboração do documento da Estratégia Nacional de Desenvolvimento.

Estamos orgulhosos de incentivar o uso de um modelo onde milhares de jovens, rapazes e raparigas com menos de 24 anos, possam beneficiar de programas de mentoria, ter acesso a serviços de saúde sensíveis aos jovens, e que tenham acesso a empregos dignos e sustentáveis, para “dizer não” às uniões prematuras e gravidez precoce.

 

Inovação liderada por jovens faz a diferença, como o hackathon, apoiado pelo UNFPA, para desenvolver aplicativos para ajudar jovens com deficiência, dentro do espírito de “nada sobre nós, sem nós”.

 

Apesar dos imensos progressos alcançados pelo país, temos consciência que ainda temos um longo caminho por percorrer.

 

Neste Dia Internacional da Juventude, o UNFPA reforça o seu compromisso em apoiar o Governo e os jovens a ultrapassar os desafios de hoje e de amanhã, em conjunto com a sociedade civil e os parceiros de cooperação internacional.

 

Para os jovens dedico as seguintes palavras: invistam nos vossos sonhos e persigam as vossas aspirações e necessidades, valorizando os vínculos entre gerações, porque só assim conseguiremos materializar os objectivos colectivos em prol do desenvolvimento sustentável e inclusivo deste promissor e maravilhoso Moçambique.  

 

Por: Bérangère Boëll,  Representante do UNFPA