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“É hora das empresas de tecnologia e legisladores levarem a sério a violência digital”, disse a Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem. “No momento, logotipos corporativos e propriedade intelectual protegida por direitos autorais recebem maior protevção online do que nós, como seres humanos."

NAÇÕES UNIDAS, NOVA YORK, 2 DE DEZEMBRO DE 2021 — Em uma tentativa de acabar com o aumento da violência online, UNFPA - a agência das Nações Unidas dedicada a promover a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos e acabar com a violência baseada no género — lançou bodyright, um novo 'copyright' para corpos humanos.

A campanha destaca que logotipos corporativos e propriedade intelectual (PI) com direitos autorais são mais valorizados e melhor protegidos do que imagens de corpos de pessoas online. Transmite a mensagem de que mulheres, raparigas, minorias raciais e étnicas, a comunidade LGBTQ + e outros grupos marginalizados são subestimados, explorados e violados online. A ambição é que todos se juntem ao movimento para responsabilizar os legisladores, empresas e indivíduos.

"Implacável, sem fronteiras, e frequentemente anónimo - o mundo online é a nova fronteira para a violência baseada no género", disse a Directora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem. "É tempo de as empresas tecnológicas e os decisores políticos levarem a sério a violência digital. Neste momento, os logótipos das empresas e os direitos de propriedade intelectual recebem mais protecção online do que nós, como seres humanos".

A realidade: as pessoas não possuem os seus corpos online
As denúncias de assédio online são generalizadas. Desde o cyberstalking e o discurso do ódio ao doxxing e ao uso não consensual de imagens e vídeos, tais como a violência profunda online é frequente.

De acordo com a Economist Intelligence Unit, 85% das mulheres com acesso à Internet relataram ter testemunhado violência online contra outras mulheres, e 38% experimentaram-na pessoalmente. Cerca de 65% das mulheres inquiridas sofreram ciberassédio, discurso de ódio e difamação, enquanto 57% sofreram abusos de vídeo e imagem e 'astroturfação', onde o conteúdo prejudicial é partilhado em simultâneo entre plataformas.1

Em muitos países, não existem leis que tornem ilegal a violência online. Qualquer pessoa que tente remover imagens exploratórias de si própria descobrirá que tem poucos direitos legais, e um longo e doloroso processo aguarda aqueles que tentam fazer valer os direitos que têm. Contudo, quando alguém infringe os direitos de autor sobre música ou filmes, as plataformas digitais removem imediatamente o conteúdo. Os governos aprovaram leis que tornam ilegal a violação dos direitos de autor e as plataformas digitais conceberam formas de identificar e impedir a utilização não autorizada de material protegido por direitos de autor. Estas mesmas protecções e repercussões devem estender-se a indivíduos e às suas fotografias.

Nove em cada 10 mulheres (92%) relatam que a violência online prejudica a sua sensação de bem-estar e mais de um terço (35%) já tiveram problemas de saúde mental devido à violência online. Este trauma inibe a auto-expressão autêntica, e tem um impacto negativo na subsistência profissional e económica das pessoas que dependem dos espaços online e dos meios de comunicação social. A violência online silencia as vozes das mulheres.

A Campanha bodyright

O coração do movimento bodyright é o símbolo ⓑ, que pode ser adicionado a qualquer imagem directamente através de histórias Instagram usando autocolantes, ou indo a página web bodyright para usar a 'ferramenta automática de bodyright' ou para descarregar directamente o símbolo. Todos os recursos e orientações podem ser encontrados em www.unfpa.org/bodyright.

Para lançar a campanha, a UNFPA associou-se ao premiado poeta e artista falado Rakaya Fetuga (Instagram handle: @rakayaesime). De Londres e da herança ganesa e nigeriana, Rakaya escreveu e realizou poesia de palavras faladas comunicando o impacto da violência em linha e o conceito de direitos corporais. O vídeo de lançamento dos direitos do corpo pode ser visto aqui.

Para defender ainda mais a acção dos governos, decisores políticos, empresas tecnológicas e plataformas de comunicação social, o UNFPA lançou um petição, acolhida pela Global Citizen, exigindo acções tangíveis para acabar com a violência e os abusos digitais.

16 Dias de Activismo contra a Violência Baseada no GéneroA campanha social será lançada durante os 16 Dias de Activismo contra a Violência contra as Mulheres (25 de Novembro - 10 de Dezembro de 2021), com actividade de apoio adicional a ter lugar em 2022.

Como parte dos 16 Dias de Activismo, o UNFPA também lançou “O Virtual é Real” um website que apresenta histórias de vítimas e sobreviventes de violência digital de todo o mundo, a par do trabalho inovador realizado pelo UNFPA para abordar esta violação dos direitos humanos.

NOTA AOS EDITORES

Para mais informações e pedidos de informação aos meios de comunicação social, queira contactar:

Eddie Wright: +1 917 831 2074, ewright@unfpa.org

Zina Alam: +1 929 378 9431, zialam@unfpa.org

LINKS E RECURSOS RELACIONADOS

bodyright - O Site Oficial

Junte-se à campanha! Partilha conteúdo de bodyright

Ver o vídeo - com o premiado poeta e artista de palavra falada Rakaya Fetuga

Assinar a petição

Saiba mais através da nossa página web interactiva - O Virtual é Real

Bens de redes sociais

Folha de dicas de denúncia sobre violência digital: Um guia prático de referência para jornalistas e meios de comunicação social

 

1 Fonte: todos os dados referenciados são retirados da Economist Intelligence Unit, 2020: Estudo apenas pesquisado 18+ link