Esta peça apareceu no Jornal Noticas para marcar o dia Internacional para a Eliminação da Fístula obstétrica
Uma questão que reflete desigualdades de género
Quando se pensa em fístula obstétrica ocorre a prior trata-se de uma questão medica, mas na realidade esta condição reflecte as desigualdades de género, entende a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) em Mocambique, Andrea M. Wojnar.
Entende que proteger e promover os direitos reproductivos – incluindo o direito de decidir o número, tempo e o espaçamento entre crianças – é o mais essencial para garantir a liberdade das mulheres e raparigas de participar plenamente da sociedade.
Fez saber que em Moçambique o FNUAP apoia o governo na implementação de um conjunto de programas como Rapariga Biz, Minha Escolha, e a iniciativa Spotlight que permite influenciar positivamente as vidas dos jovens, no esforço para reduzir a gravidez precoce e indesejada, e a ocorrência da fístula obstétrica.
Alerta que enquanto os sistemas de saúde lutam para responder a covid-19 a pandemia tem um enorme impacto global na saúde materna e neonatal. Mulheres e raparigas ficam com dúvidas se devem ou não ir ao centro de saúde; o acesso ao transporte público, como “chapas” txopela”, fica mais difícil e leva mais tempo; e algumas mulheres estão com menos acesso a dinheiro por ter de permanecer em casa.
“Estes desafios ao acesso a tratamento medico oportuno podem levar a um aumento da mortalidade materna e aumentar o número de casos de fístula obstétrica devido ao atraso no acesso aos cuidados de saúde materno adequados. A medida que a batalha contra a pandemia da covid-19 continua, os esforços para acabar com a fístula devem continuar”.
Garante o FNUAP continuara a ajudar o Governo para garantir que os serviços e apoio para Saúde sexual e reprodutiva estejam disponíveis e acessíveis para mulheres e raparigas, particularmente as mais vulneráveis.
“Sendo hoje o dia Internacional para a Eliminação da Fístula obstétrica, é crucial que lembremos a importância da luta para garantir que mais mulheres não sejam vítimas dessa condição evitável por causa da pandemia”.
Um dos principais mandatos do FNUAP é garantir direitos Sexuais e reprodutivos para todos. Para isso aquele organismo mundial trabalha para garantir que todas as pessoas, especialmente mulheres e jovens, possam aceder aos serviços de Saúde sexual e reprodutiva de qualidade, incluindo planeamento familiar voluntario, para que possam fazer escolhas informadas e voluntarias sobre as suas vidas sexuais e reprodutivas. No entanto, entende ser necessário acelerar-se os esforços para alcançar a ambição global de acabar com a fístula ate 2030, o prazo para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.