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Secretário-geral da ONU conversa com mulheres afectadas pelo ciclone Idai

Secretário-geral da ONU conversa com mulheres afectadas pelo ciclone Idai

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Secretário-geral da ONU conversa com mulheres afectadas pelo ciclone Idai

calendar_today 13 July 2019

Secretário-geral visita o Espaço Amigo da Mulher e Rapariga em centro de reassentamento ©UNFPA Moçambique/Alex Muianga
Secretário-geral da ONU conversa com mulheres afectadas pelo ciclone Idai ©UNFPA Moçambique/Alex Muianga

Nesta sexta-feira (12), o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, visitou regiões afectadas pelo ciclone Idai* para acompanhar os avanços e desafios no processo de reconstrução de Moçambique, após ser atingido por dois ciclones em menos de dois meses.

"O povo moçambicano foi vítima de uma tragédia e precisa gerir o impacto não apenas físico, mas do ponto de vista humano, do sofrimento humano do povo. Quero destacar que o governo e as autoridades estiveram empenhadas, desde o início, em ajudar e unir forças para a reconstrução do país", disse Guterres na abertura da colectiva de imprensa.

Centro de reassentamento de Mandruzi ©UNFPA Moçambique/Natalia da Luz

No centro de reassentamento de Mandruzi (40 minutos da cidade da Beira), Guterres conversou com a população, conheceu acções desenvolvidas pelas agências das Nações Unidas em parceria com o governo moçambicano e se reuniu com um grupo de 15 mulheres em situação de maior vulnerabilidade.

Mulheres grávidas, chefes de família e com deficiência física conversaram com o Secretário-Geral no 'Espaço Amigo da Mulher e Rapariga', uma das intervenções do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) em situações de emergência humanitária.

Activista e líder das mulheres do bairro de reassentamento de Mandruzi, que hoje abriga 375 famílias, Celina Antonio ajudou a escolher mulheres com histórias e perfis diferentes para o encontro com Guterres.

"Foi muito importante a reunião. Nós falamos sobre as dificuldades aqui no bairro, sobre as nossas maiores necessidades, sobre nossas perdas. Ele perguntou e ouviu muitas de nós. As mulheres disseram que precisam de energia, escola, hospital, mercado e de casas permanentes. Ele disse que muita ajuda ainda vai chegar e pareceu preocupado não apenas com as perdas, mas também com a forma de reconstruir o futuro", contou Celina.

Celina (ao lado de Guterres) e Natalia Rosa (DPGCAS) durante encontro em Mandruzi - Foto de Alex Muianga - UNFPA Moçambique
Celina (ao lado de Guterres) e Natalia Rosa (DPGCAS) durante encontro especial ©UNFPA Moçambique/Alex Muianga

O encontro de Guterres com as mulheres não foi acompanhado pela imprensa. Ele se posicionou na entrada do 'Espaço Amigo da Mulher e Rapariga' enquanto elas, dentro da tenda, conversavam com ele. De forma descontraída, o Secretário-Geral lembrou que aquele lugar era dedicado às mulheres e por isso ele ficaria na porta, respeitando as regras.

O 'Espaço Amigo da Mulher e Rapariga', gerenciado pelo UNFPA em parceria com o Departamento de Género, Criança e Acção Social (DPGCAS), oferece apoio psicossocial, palestras e debates sobre conscientização a respeito da violência baseada no género, além de muitas atividades que podem ser utilizadas para incentivar o sustento das mulheres como produção de panelas de barro e cestos de palha. Instalado em 12 centros de reassentamento da província de Sofala, esse espaço já recebeu dezenas de milhares de mulheres.

Agueda Nhantumbo, do UNFPA, mediou o encontro com o Secretário-Geral da ONU junto da representante do Departamento de Género, Criança e Acção Social, Natalia Rosa. Parceiros do ACNUR também estiveram presentes.

Centro de reassentamento de Mandruzi ©UNFPA Moçambique/Natalia da Luz

"O Secretário-Geral conseguiu compreender quais eram as dificuldades das mulheres daqui. Quais os benefícios que esse espaço trouxe para a vida delas em um bairro de reassentamento. e quais os constrangimentos que elas viveram e ainda experimentam no momento. Elas também aproveitaram para fazer pedidos para o desenvolvimento dessa região. Foi um encontro muito positivo e importante para elas", destacou Agueda.

* O ciclone idai, que atingiu Moçambique em 14 de março, afectou mais de 1.8 milhão de pessoas e deixou mais de 600 mortos.