ADDIS ABABA, Etiópia—O UNFPA, a Agência de Saúde Sexual e Reprodutiva das Nações Unidas, reafirmou a decisão revolucionária tomada na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) de 1994 para assegurar que todas as mulheres, homens e jovens possam exercer seus direitos a saúde sexual e reprodutiva.
Este compromisso foi feito nas celebrações do 50º aniversário do UNFPA em Addis Abeba, Etiópia, em 22 de maio. Investimentos críticos precisam ser feitos em capital humano, foi enfatizado durante o evento especial, que foi hospedado pela Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem.
A Presidente da Etiópia, Sahle-Work Zewde, reconheceu o progresso feito por seu país nos últimos 25 anos. “A Etiópia alcançou realizações notáveis na implementação do Programa de Acção da CIPD e tem como objectivo a formulação de políticas, a programação, o desenvolvimento de marcos legais apropriados, a adoção de instrumentos internacionais relevantes e a alocação de recursos e orçamentos necessários”, disse ela.
As mulheres e os jovens tornaram-se uma prioridade nas políticas do país. “A Etiópia é um dos países que tem feito esforços bem-sucedidos para expandir o acesso à educação em todos os níveis para permitir que crianças, especificamente meninas, frequentem escolas próximas as residencias, protegendo-as de práticas sociais que as prejudiquem”, disse ela. "Ao priorizar a saúde materna e neonatal através de reformas no sector da saúde, a Etiópia fez e continua a fazer as reduções na mortalidade materna e infantil uma realidade."
A acção deve ser radicalizada para atender às promessas da CIPD
Desde 1994, a população de África dobrou de 704 milhões para 1,32 bilhão em 2019. Se as promessas feitas na CIPD devem ser realizadas, então a acção deve ser radicalizada, especialmente no que se refere aos governos.
Na jornada para a cimeira de Nairóbi, o UNFPA está pronto e comprometido com a superação de quaisquer obstáculos para o progresso da África, disse a Dr. Kanem.
“Nas últimas cinco décadas, fomos guiados pela crença inabalável de que as pessoas devem estar no centro do desenvolvimento. Hoje, o desenvolvimento centrado nas pessoas é a pedra angular da Agenda 2030 para a Agenda de Desenvolvimento Sustentável,” ela disse.
“Nos reunimos hoje à noite em um momento crítico na estrada para Nairobi. Enquanto trabalhamos juntos para determinar os compromissos nacionais e institucionais, espero que cada um de nós dedique um minuto para refletir sobre nossas contribuições pessoais - e se comprometa publicamente a fazer a nossa parte para cumprir a ambiciosa tarefa que temos pela frente ”, disse ela.
Há uma janela de oportunidade dentro desta geração para alcançar a África que queremos e merecemos. A tomada de decisões deve ser inclusiva, não discriminatória e intencional em todos os sectores, incluindo governo, educação e economia, sem quaisquer limites ou exceções!
Ela concluiu com um apelo à acção: "Vamos nos comprometer a retomar o ritmo que nos leva a uma África de direitos e escolhas, de prosperidade e de paz".
Nós temos a responsabilidade de trazer mudanças
Osama Abdelkhalek, Representante Permanente do Egito junto à União Africana, pediu que as intervenções sejam replicadas e postas em prática, em um momento em que 27 dos 28 países mais pobres do mundo estão na África Subsaariana e todos têm taxas de pobreza acima de 30%. Se é para reduzir esses números, deve ser feito um compromisso inabalável dos governos e outros sectores para fornecer educação e treinamento de habilidades que preparem os jovens para o emprego, disse ele.
“Esta é a nossa chance de enfatizar o acesso à educação holística que equipa totalmente nossos jovens para cada aspecto de suas vidas. O trabalho pela frente é enorme, mas não impossível. Temos a responsabilidade de trazer mudanças, para esta geração e as muitas que ainda estão por vir ”, disse ele.
- Cleopatra Okumu