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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, sobre o

Dia Internacional para o Fim da Fístula Obstétrica, 23 de Maio de 2018

 

A gravidez e o parto devem estar entre os momentos mais felizes da vida de uma mulher. Infelizmente, este não é o caso de muitas das mulheres mais pobres e marginalizadas do mundo. A fístula obstétrica, uma lesão de parto causada por trabalho de parto prolongado e obstruído sem atenção médica imediata, está roubando silenciosamente a esperança e dignidade de milhões de mulheres e meninas. A condição, geralmente deixa a mulher com incontinência crônica e muitas vezes resulta na morte da criança.

A fístula, virtualmente eliminada nos países mais ricos, é uma grave violação dos direitos humanos, um reflexo dos fracassos dos sistemas de saúde e um trágico sinal de injustiça e desigualdade social global.

Muitas sobreviventes da fístula obstétrica, como Amina Mba, dos Camarões, são meninas que engravidam ainda fisicamente imaturas. Depois de ser casada quando criança, Amina ficou grávida aos 13 anos e desenvolveu uma fístula devido ao trabalho de parto obstruído. A condição deixou Amina com incontinência, e o estigma a deixaram sozinha para cuidar de si mesma, depois de ter sido abandonada pelo marido e pela família.

Os Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável são um apelo ousado e ambicioso para não deixar ninguém para trás, especialmente as mais marginalizadas, esquecidas e sem voz. O tema do Dia Internacional para o Fim da Fístula Obstétrica deste ano, "Não deixar ninguém para trás: compromisso para acabar com a fístula agora!", realça a dura realidade de que a falha em eliminar a fístula compromete as chances do mundo em atingir muitos desses objetivos.

Percorremos um longo caminho. Desde 2003, o UNFPA, o Fundo das Nações Unidas para a População, líder da Campanha Global para Acabar com a Fístula, junto com seus parceiros, apoiou cerca de 100.000 cirurgias transformadoras de vida, para curar as feridas físicas e psicológicas das sobreviventes de fístulas. Isso inclui Amina, que foi curada no ano passado depois de viver com fístula por sete anos. No entanto, mais de dois milhões de mulheres e meninas em todo o mundo ainda sofrem com esta condição.

É hora de acabar com o sofrimento desnecessário causado pela fístula, através da Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, vamos-nos comprometer a colocar os mais desfavorecidos em primeiro lugar e garantir os direitos humanos, bem-estar e dignidade para todos. O UNFPA está empenhado em acabar com a fístula dentro de uma geração, e apelamos ao mundo para se juntar a nós neste esforço.