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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA Dra. Natalia Kanem
No Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres

25 de Novembro de 2020

 

Basta! É o que dizemos, hoje e todos os dias, a todas as formas de violência contra mulheres e raparigas.

Chega de violência doméstica. Basta para estupros. Basta para práticas prejudiciais como a mutilação genital feminina. E Basta para a impunidade por uma das violações mais flagrantes e generalizadas dos direitos humanos.

Mulheres e raparigas têm todo o direito de viver sem violência, em qualquer lugar. Elas têm direito à paz em casa, em público e online.

Hoje, ao comemorarmos o Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, é um momento para que todos façam uma pausa e lembrem o quão longe temos que ir neste assunto. Um número impressionante de uma em cada três mulheres e raparigas ainda sofre violência em algum momento das suas vidas.

Este ano, a COVID-19 atiçou as chamas. Com as mulheres presas em casa com agressores e as tensões domésticas altas, os pedidos de ajuda dispararam. Muitos ficaram sem resposta porque abrigos e outros serviços foram fechados, mas também porque a assistência muitas vezes ainda não é suficiente, inclusive em crises humanitárias.

Devemos fazer melhor. É hora de se levantar e dizer basta para a violência não apenas em um dia, mas 365 dias por ano. Devemos prevenir a violência. E até acabarmos com isso, devemos fornecer tudo o que as mulheres e raparigas precisam para sobreviver e se recuperar, desde cuidados de saúde física e mental até assistência jurídica e apoio para recuperar o seu sustento.

Em mais de 130 países, as equipas do UNFPA trabalham incansavelmente para ajudar a acabar com a violência contra mulheres e raparigas e apoiar as pessoas afetadas. No ano passado, o UNFPA forneceu serviços de apoio médico ou psicossocial a mais de 760,000 sobreviventes de violência. Em contextos humanitários, apenas nos primeiros 10 meses de 2020, os nossos esforços de prevenção e resposta alcançaram 2,8 milhões de mulheres e raparigas.

Mesmo assim, a comunidade internacional precisa fazer mais. COVID-19 revela, uma dolorosa, mas instrutivamente, todas as formas que temos de pensar e agir de forma diferente. Dizer basta sobre a violência está no topo da lista. Isso começa com o reconhecimento de como a violência é penetrante em todas as sociedades e romper os fatores que a alimentam.

Basta para suposições de que a violência é permissível ou vai embora por conta própria. Basta para tratar a violência como algo menos do que uma crise em grande escala que devemos fazer tudo ao nosso alcance para impedir.

Basta. Uma palavra para transformar o nosso mundo.