Maputo, Moçambique: O Governo do Japão anunciou hoje o financiamento em $ 3,6 milhões para apoiar agências da ONU, nomeadamente o Programa Mundial para a Alimentação das Nações Unidas (PMA), o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a atenderem às necessidades urgentes de pessoas vulneráveis afectadas pela crise em Cabo Delgado e a pandemia de COVID-19.
O anúncio foi feito durante uma cerimónia oficial em Maputo, testemunhada por representantes do Instituto Nacional de Gestão de Desastres e Redução de Risco (INGD), Ministério da Saúde (MISAU) e Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS). O Embaixador do Japão em Moçambique, Sua Excelência o Sr. KIMURA Hajim, e a Coordenadora Residente da ONU e Coordenadora Humanitária para Moçambique, Sra. Myrta Kaulard, presidiram à cerimónia, que contou com a presença das Representantes do PMA, Sra. Antonella D'Aprile; UNFPA, Sra. Andrea Wojnar; e UNICEF, Sra. Maria Luisa Fornara.
No âmbito do seu orçamento de ajuda suplementar, o apoio generoso do Governo do Japão permite que as agências da ONU reforcem e aumentem o seu apoio ao Governo de Moçambique para fornecer aos deslocados internos e às comunidades anfitriãs assistência alimentar salva-vidas, apoio à subsistência, serviços de saúde sexual e reprodutiva vinculados à prevenção e resposta à violência de género.
“Moçambique enfrenta graves desafios, como a deterioração da situação de segurança em Cabo Delgado. O impacto da COVID-19 em Moçambique causou profundos desafios económicos. O Governo do Japão deseja aliviar esses desafios, já que ambos os países compartilham boas relações bilaterais e pessoais”, disse S. Excia o Embaixador do Japão, Sr. KIMURA Hajime. “O Governo do Japão decidiu estender o Subsídio de Ajuda de $ 3.687.000 (três milhões seiscentos e oitenta e sete mil dólares americanos) para aproximadamente 670.000 pessoas deslocadas internamente e as suas comunidades acolhedoras nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa. Continuaremos a apoiar a luta de Moçambique contra a insegurança e também contra a pandemia. O Japão está sempre do vosso lado”, acrescentou o Sr. KIMURA Hajime.
Estima-se que 1,3 milhões de pessoas necessitam urgentemente de assistência humanitária e protecção nas três províncias do norte de Moçambique - Cabo Delgado, Niassa e Nampula - devido ao conflito em Cabo Delgado. Cerca de 670.000 pessoas foram deslocadas internamente no norte de Moçambique no final de 2020, incluindo pelo menos 580.000 pessoas deslocadas das suas casas apenas em 2020. A pandemia de COVID-19 e os choques climáticos recorrentes interromperam ainda mais os já precários serviços disponíveis e agravaram a urgência em atender às necessidades das populações vulneráveis.
“ A generosa contribuição do Japão salvará a vida de dezenas de milhares de pessoas que fugiram da violência armada no extremo norte de Moçambique, perdendo tudo; também apoiará dezenas de milhares que partilham o pouco que têm para acolher os que fugiram”, afirmou a Coordenadora Residente da ONU e Coordenadora Humanitária para Moçambique, Sra. Myrta Kaulard. “Esta é uma grande demonstração de solidariedade entre as pessoas no mundo e do valor do multilateralismo; espero que muitos outros sigam este exemplo, para atender às necessidades humanitárias urgentes no Norte de Moçambique”, prosseguiu a Sra. Myrta Kaulard.
A Representante do PMA em Moçambique, Sra. Antonella D’Aprile, sublinhou o quão preocupante é a situação da segurança alimentar na Província de Cabo Delgado, visto que as pessoas que fogem das suas áreas de origem em busca de segurança também deixam para trás os seus meios de subsistência e bens. “Essa tendência também afectou a segurança alimentar e o estado nutricional das pessoas deslocadas; estamos extremamente gratos pelo apoio do Governo do Japão, que não só nos permite entregar assistência alimentar que salva vidas, mas também ajudar a reconstruir meios de subsistência e fortalecer os nossos esforços de ligação do trabalho humanitário para fomento do desenvolvimento e construção e consolidação da paz ”, comentou a Representante do PMA.
“Mulheres e raparigas já estão entre os mais vulneráveis na crise humanitária de Cabo Delgado, que é exacerbada pela pandemia de COVID-19 e o seu impacto extremamente negativo na saúde e na situação financeira das mulheres. O UNFPA é grato ao Governo do Japão por seu compromisso, que reforça a urgência por serviços continuados de saúde sexual e reprodutiva e violência baseada em género. O bem-estar presente e futuro das pessoas afectadas é bastante melhorado quando elas podem desfrutar de uma gravidez saudável, partos seguros e apoio físico e psicológico”, considerou Andrea M. Wojnar, Representante do UNFPA em Moçambique.
“Como resultado do conflito em Cabo Delgado, há crianças que perderam os pais ou foram separadas deles. Essas crianças, incluindo aquelas com deficiência, são agora particularmente vulneráveis. Graças a este generoso financiamento do povo do Japão, poderemos trabalhar com o governo e parceiros para protegê-los enquanto rastreamos os seus pais para reunir famílias ou para encontrar cuidadores legais ou costumeiros. Os fundos também apoiarão os nossos esforços para fortalecer a capacidade das comunidades de prevenir o abuso, negligência e exploração infantil através de campanhas de comunicação e trabalho comunitário. Além disso, queremos apoiar o sistema de justiça para que os crimes contra estas crianças vulneráveis possam ser processados”, disse Maria-Luisa Fornara, Representante do UNICEF em Moçambique.
O Governo do Japão é um parceiro de longa data das Nações Unidas em Moçambique. Nos últimos 5 anos, o Japão contribuiu generosamente com US $19,3 milhões para diferentes entidades da ONU, incluindo o PMA e o UNICEF.
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