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O distrito de Changara, província de Tete, acolheu este ano as celebrações centrais do Dia Mundial da População. Eis, o discurso proferido, na ocasião, pela Representante do UNFPA em Moçambique, Patricua Guzman:

Sua Excelência Senhor Vice-Ministro da Planificação e Desenvolvimento,

Excelentíssimo Senhor Governador da Província,

Caríssimos membros do Governo Provincial,

Minhas Senhoras e Meus Senhores

Quero antes de mais felicitar o Governo de Moçambique pela liderança na organização das celebrações do Dia Mundial da População, cujo lema é "Resposta à Crise Económica: Investir nas Mulheres é uma Escolha Acertada".

Celebramos este Dia Mundial da População, aqui em Changara, numa altura em que a crise financeira e económica mundial pode por em causa as conquistas alcançadas na educação e saúde em muitos países, incluindo Moçambique.

Entre os mais abrangidos pela crise figuram as mulheres e raparigas. É por essa razão que neste Dia Mundial da População somos chamados a reflectir sobre a importância de investir mais nas raparigas e mulheres.

Mesmo antes da crise, as mulheres e raparigas constituíam a maioria da população pobre do mundo. Com a crise, elas poderão ficar ainda mais pobres e enfrentarem maiores riscos de saúde, em particular se estiverem grávidas.

A realidade diz que não há dinheiro suficiente para a melhoria da saúde materna e, muitos países, como o caso de Moçambique, têm dificuldades de financiarem os seus programas de desenvolvimento, incluindo os da área da saúde.

Mas hoje, as complicações na gravidez e no parto figuram entre as principais causas da morte de mulheres em muitos países, incluindo Moçambique. A mortalidade materna é a maior injustiça de saúde no mundo. Não é aceitável que uma mulher morra dando uma nova vida. Esta lacuna na saúde crescerá se não for aumentado o investimento social, mantidas as conquistas na saúde e expandidos os esforços para salvar vidas de mulheres.

Sabemos que, quando as mulheres têm acesso aos serviços de saúde reprodutiva - como planeamento familiar, partos e cuidados obstétricos de emergência e neonatais atendidos por pessoal formado - as taxas de sobrevivência são altas, e a mortalidade materna e de recém-nascidos é muito baixa.

O acesso à saúde reprodutiva, em particular ao planeamento familiar e serviços de saúde materna, ajuda as mulheres e raparigas a evitarem gravidezes indesejadas e precoces, abortos inseguros, bem como lesões resultantes da gravidez e parto.

Isso significa que as mulheres mantêm-se saudáveis, mais produtivas, e têm mais oportunidades para a educação, formação e emprego que, em retorno, beneficia famílias inteiras, comunidades e nações.

Senhor Vice-Ministro, Senhor Governador, Minhas Senhoras, Meus Senhores

O investimento adequado na saúde reprodutiva ajuda a reduzir os gastos públicos na saúde, educação e outros serviços sociais. Por exemplo, estima-se que o planeamento familiar por si só pode reduzir o número de mortes de mães até 40 por cento.

É por isso que o Fundo das Nações Unidas para a População e outras agências das Nações Unidas em Moçambique têm trabalhado de forma conjunta, com o Governo e Sociedade Civil, na melhoria das condições de vida da população, em particular a mais vulnerável.

Neste Dia Mundial da População, apelamos aos líderes nacionais para redobrarem os esforços para protegerem a população mais pobre e vulnerável, e cada vez mais tornarem a saúde e os direitos da mulher uma prioridade política e de desenvolvimento.

O nosso apelo é extensivo à importância dos líderes nacionais intensificarem os esforços para que seja assegurado que todas as raparigas frequentem a escola, em particular as que vivem nas zonas rurais.

Não menos importante é a necessidade de cada vez mais os líderes criarem condições para que as mulheres sejam empoderadas para tomarem o protagonismo em negócios, de modo a assumirem papéis de vanguarda no desenvolvimento económico do país.

A terminar, quero destacar que o Fundo das Nações Unidas para a População, renova o seu compromisso de apoiar os esforços do Governo de Moçambique na melhoria da Saúde Sexual e Reprodutiva, Prevenção de HIV e SIDA, empoderamento das mulheres e igualdade de género.

Muito obrigada.