Com as habilidades e oportunidades correctas, elas podem investir nelas mesmas, em suas famílias e em suas comunidades. Entretanto, a gravidez põe em risco os direitos, a saúde, a educação e o potencial de muitas adolescentes, roubando delas um futuro melhor.
Cerca de 16 milhões de meninas entre 15 e 19 anos de idade dão a luz a cada ano, e complicações decorrentes da gravidez ou do nascimento são as principais causas de morte de raparigas deste grupo etário, especialmente em países em desenvolvimento.
A gravidez na adolescência não é só uma questão de saúde, mas também uma questão de desenvolvimento. Ela está profundamente enraizada na pobreza, desigualdade de género, violência, casamentos precoces ou forçados, desequilíbrios de poder entre as adolescentes e seus parceiros homens, carência de educação e falhas dos sistemas e instituições em proteger os seus direitos. Para dar atenção global à essa questão, o Dia Mundial de População deste ano tem como foco a gravidez na adolescência.
Quebrar o ciclo de gravidez na adolescência requer um compromisso das nações, comunidades e indivíduos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento de investir em adolescentes. Os governos deveriam promulgar e/ou aplicar leis nacionais que aumentam para 18 anos a idade mínima para o casamento e deveriam promover esforços junto às comunidades para apoiar os direitos das adolescentes e impedir o casamento precoce e suas consequências.
Os adolescentes e jovens deveriam receber educação em sexualidade ampla e adequada à sua faixa etária para desenvolver os conhecimento e habilidades que necessitam para proteger a sua saúde ao longo de suas vidas. Serviços de saúde reprodutiva de boa qualidade também devem estar prontamente disponíveis para que as e os adolescentes possam fazer escolhas informadas e serem saudáveis.
Ao nível local, as comunidades deveriam prover a infra-estrutura necessária para prestar cuidados de saúde reprodutiva de uma forma amigável e sensível para os jovens.
Por detrás de todos esses esforços está o entendimento de que a dignidade e os direitos humanos das adolescentes precisam de ser respeitados, protegidos e cumpridos.
Hoje, nós pedimos aos governos, à comunidade internacional e todas as partes envolvidas que tomem as medidas que possibilitem às adolescentes fazer escolhas responsáveis de vida e que forneçam o apoio necessário à elas quando os seus direitos estiverem ameaçados. Toda a jovem, independente de onde viva, ou de seu contexto económico, tem o direito de alcançar o seu pleno potencial humano. Hoje, muitas meninas têm esse direito negado. Nós podemos e devemos mudar isso.