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"Através deste trabalho, conhecemos as realidades que existem no nosso país e nas comunidades. Ao recolher estes dados, podemos ajudar a melhorar a vida dos Moçambicanos," afirmou Nelson José Mufumba, um enumerador para o inquérito demográfico e de saúde (IDS).

Nelson é uma das dezenas de enumeradores que falam com as famílias e recolhem dados para o inquérito demográfico e de saúde (IDS), que analisa o progresso nas áreas de população, fertilidade, saúde sexual e reprodutiva, violência baseada no género, e mais. Ele utilizou as lições aprendidas com a sua experiência na recolha de dados para o IV Recenseamento Geral da População e Habitação de 2017, para aperfeiçoar as suas competências.

Com foco no uso de dados para a tomada de decisões e impacto baseado em evidências, o desenvolvimento e a conclusão do IDS são liderados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com apoio técnico e financeiro de uma variedade de parceiros, incluindo o UNFPA, possibilitado por fundos dos governos do Reino Unido (FCDO) e do Canadá. 

"Quando queremos planear a construção de infra-estruturas sociais, como centros de saúde, baseamos os nossos planos nos dados que recebemos do INE", partilhou Joana, membro do Gabinete de Administração do Distrito de Tsangano, na Província de Tete. 

No entanto, a recolha de dados é apenas um passo da equação. Garantir que os dados sejam acessíveis, amplamente conhecidos e utilizados para fins de tomada de decisões, como reforçado por Joana, é o próximo passo crucial.

 

Um dia na vida de um recenseador

O Nelson e a sua colega Graça faziam parte de uma equipa de recenseamento na província de Tete. Para garantir que todos contam e sejam contados, os recenseadores percorreram longas distâncias para chegar a cada um dos agregados familiares, sendo a sua viagem frequentemente interrompida por obstáculos como estradas inundadas que eram impossíveis de atravessar mesmo de carro.

Como recenseadora pela primeira vez, Graça gosta de viajar para as áreas mais remotas para se encontrar com as comunidades e recolher dados. Embora algumas famílias hesitem em partilhar informações pessoais, Graça explica com confiança a importância do inquérito para a província e para o país como um todo.

"A comunidade fala-nos da necessidade de redes mosquiteiras, poços de água e outras coisas; esta informação que recolhemos no inquérito vai ajudar o Governo a saber onde é que o apoio é mais necessário," partilha Graça.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Parcerias para garantir que todos contam e são contados

Como inquiridor de longa data desde 2006, Nelson acrescenta que através dos resultados destes estudos, "recebemos mais parceiros em áreas chave do desenvolvimento do país, incluindo, saúde e educação."

"O IDS é um grande recurso que nos vai permitir ver como está a população moçambicana em relação à saúde. Com a inclusão de novos indicadores relacionados com temas como a saúde mental, fístula obstétrica e violência baseada no género, os resultados são vitais, uma vez que a saúde é uma grande parte do apoio prestado a Moçambique pelo Governo do Canadá,” reforçou Diana Benzane do Alto Comissariado Canadiano, durante uma recente visita de campo à província de Tete com o UNFPA e o Alto Comissariado Britânico. 

 

Utilização de dados para uma planificação e política baseadas em provas

Reforçando a necessidade de planeamento e políticas baseadas em evidências, 2023 assistirá ao lançamento de estudos temáticos baseados em dados do Censo de 2017, com o apoio de um Fundo Fiduciário de vários doadores, incluindo os Governos do Canadá, Reino Unido, Suécia, Noruega e Itália, sobre questões que vão desde a urbanização à dinâmica populacional. 

Com o país posicionado para colher os benefícios do dividendo demográfico, os dados e as evidências ajudam a traçar um quadro mais claro de onde os investimentos são necessários para garantir que ninguém seja deixado para trás.

"Encorajo o público em geral a participar nestes processos de recolha de dados. Temos de participar na melhoria do nosso país. Quanto mais participarmos, mais nos desenvolvemos!" conclui Nelson Mufuma com entusiasmo.