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Zambezia, Moçambique - Curungo, uma pequena comunidade na província da Zambézia, está a testemunhar uma enorme mudança positiva, em grande parte impulsionada pelos esforços de um pequeno grupo de activistas dedicados. Com 27 membros, mais de metade dos quais são mulheres com mais de 40 anos, estas activistas fazem parte dos comités de saúde da comunidade local que trabalham incansavelmente para promover a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos na província.

“Temos apoiado muito os membros da nossa comunidade, divulgando mensagens sobre onde e como aceder a serviços de saúde sexual e reprodutiva”.

Julia Loforte, uma parteira tradicional, partilha com orgulho: “Temos apoiado muito os membros da nossa comunidade, divulgando mensagens sobre onde e como aceder a serviços de saúde sexual e reprodutiva”.


Matrona do Comité de Saúde do Curungo explicando as actividades
realizadas na comunidade ©Helder Xavier/UNFPA Moçambique

Complementando outras actividades existentes, o trabalho dos activistas está a incentivar um maior número de mulheres e jovens a procurar os serviços de saúde sexual e reprodutiva (SSR) disponíveis nas unidades de saúde e nas brigadas móveis.

De forma sucinta, as activistas partilham que dezenas de mulheres com quem falaram começaram desde então a utilizar uma forma de planeamento familiar. Para além da sensibilização para a utilização de contraceptivos, os activistas também trabalham arduamente para prevenir e combater os casamentos prematuros - outra questão preocupante na comunidade.

Para realizar este trabalho inestimável, as activistas receberam formação especializada no âmbito de um projecto apoiado pelo UNFPA, financiado pelo Alto Comissariado Britânico, que visa assegurar a disponibilidade de contraceptivos em todo o país e reforçar a prestação de serviços de planeamento familiar integrados e de qualidade para mulheres, jovens e adolescentes.


Interacção entre o UNFPA, os delegados da missão e o Médico
Chefe do Distrito de Nicoadala ©Helder Xavier/UNFPA Moçambique

Para testemunhar este sucesso, representantes do Alto Comissariado Britânico, do UNFPA e do Ministério da Saúde visitaram as actividades do projecto na província da Zambézia. Interagiram com prestadores de serviços e membros da comunidade. 

Através do projecto, em 2022, mais de 9.900 adolescentes e jovens na província da Zambézia puderam aceder a serviços de saúde sexual e reprodutiva através de brigadas móveis e em espaços amigos dos jovens (SAAJ). 

Além disso, o projecto contribuiu para um aumento global da cobertura do planeamento familiar na província - de 4% em 2021 para 58% em 2022, sendo o implante o método mais utilizado. 

Os delegados visitaram instalações de saúde em vários distritos, onde puderam observar em pormenor o processo de prestação de serviços de planeamento familiar, bem como visitar uma instalação de armazenamento intermédio que armazena contraceptivos, entre outros artigos de saúde. 

 


Visita a um Armazém Farmacêutico Intermediário
©Helder Xavier/UNFPA Moçambique

Durante a visita, Amir Modan, chefe da equipa de saúde sexual e reprodutiva do UNFPA, salientou os esforços da agência para garantir a disponibilidade de contraceptivos nas unidades de saúde e evitar rupturas de stock, reiterando que, através de vários apoios financeiros, o UNFPA fornece quase 50% dos métodos contraceptivos disponíveis no país. 

Desde a garantia do último quilómetro e o apoio à gestão da cadeia de abastecimento até à formação de activistas sobre o envolvimento da comunidade e a transmissão de mensagens, comunidades como as da província da Zambézia estão a tornar-se mais conscientes dos serviços disponíveis e da sua saúde e direitos sexuais e reprodutivos.

O Alto Comissariado Britânico e o UNFPA continuam a apoiar estes esforços, trabalhando em colaboração com o Governo de Moçambique para garantir que mais mulheres, jovens e adolescentes tenham o apoio e os serviços disponíveis para tomarem decisões informadas e capacitadas sobre os seus corpos e o seu futuro.