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My Choice launching event, 20 April 2018 - Mozambique CO

 

Mensagem da Sra. Andrea Wojnar, Representante do UNFPA

Tete, 20 de Abril de 2018

Exma Sra. Esposa de Sua Excelência Senhor Governador Provincial

Sua Excelência Senhora Embaixadora do governo dos Países Baixos

Excelentíssimos Srs. Directores Provinciais

Distintos convidados,

Caros Jovens,

Minhas senhoras e meus senhores,

Todo protocolo observado

 

Caros Presentes

 

É com grande honra que me dirijo a esta magna audiência em nome do Fundo das Nações Unidas para a População e em meu nome pessoal hoje o dia de lançamento do programa denominado “Minha Escolha”.

O Programa, visa apoiar o programa nacional de saúde sexual e reprodutiva, com foco no Adolescente e jovem da província de Tete. Este extracto da população, os jovens, merece o nosso interesse particular, uma vez que representam cerca de metade da população total, e a sua transição para uma vida adulta activa e saudável é crucial para a realização do dividendo demográfico e crescimento socioeconómico do país.   

Quero antes de mais, felicitar e agradecer ao Governo dos Países Baixos pelo apoio ao programa de Saúde Sexual e Reprodutiva, pois os problemas dos adolescentes e jovens constituem uma prioridade et exigem uma mobilização intensa e continuada de esforços.

Em todo o mundo, os problemas e as necessidades de saúde dos adolescentes e jovens, foram durante muito tempo negligenciados muito, embora se sabendo que é durante este período que se adquirem estilos de vida e comportamento que condicionam na idade adulta o estado de saúde do indivíduo.

Hoje, a qualidade da saúde sexual e reprodutiva é uma das principais causas de morte e morbilidade entre as raparigas.

O Governo reconhece que os adolescentes e jovens têm características e necessidades específicas no processo da sua passagem para o estado de adultos responsáveis.

Este reconhecimento está alinhado com a visão da União Africana, que no ano passado decidiu que a necessidade de se investir nos jovens para o aproveitamento do Dividendo Demográfico. Com 65% da população com menos de 25 anos, os jovens Moçambicanos constituem uma janela de oportunidade que o país precisa maximizar. O tempo é agora, precisamos tomar decisões estratégicas, ações necessárias, e assegurar que os jovens estejam empoderados, educados e empregados.  

A desigualdade de direitos e oportunidades entre os rapazes e as raparigas começa na tenra idade e afecta, negativamente, os aspectos de desenvolvimento da rapariga desde a educação formal, seu estado de saúde até as condições socio-económicas, obrigando-lhes a assumir responsabilidades extras na família. A gravidez precoce e não esperada, é um dos problemas mais sérios que uma jovem pode enfrentar. O risco de morte, por complicações de parto em mulheres que não atingiram ainda a maturidade física e psicológica, é três vezes maior que nas mulheres adultas. Isto prejudica a sua saúde, as suas oportunidades de instrução e pode levar a sociedade a repudia-la.

Em sessenta e nove dos países mais pobres do mundo, havia aproximadamente quarenta e três milhões de gravidezes indesejadas em 2017, oito milhões das quais ocorridas na Região da África Oriental e Austral e cerca de trezentas mil das ocorridas em Moçambique.

Lembro-me de uma situação inédita, em que uma rapariga de quinze anos chamada Lucia, que foi pressionada pela família para se tornar esposa de um homem que já era casado. Como órfã, Lucia teve pouco apoio para se opor ao casamento e casou com ele contra a sua vontade.

 

Ela estava muito infeliz e não se sentia suficientemente segura para tomar decisões sobre si própria e discutir quantos e quando ter filhos.

Lucia acabou conseguindo negociar sua saída do casamento, mas muitas raparigas estão presas numa vida sem controle sobre suas próprias vidas e sua saúde reprodutiva.

Precisamos criar soluções e cenários para evitar que esses tipos de situações aconteçam. As soluções são conhecidas incluem a garantia de financiamento, o acesso à educação para todas as meninas e meninos, a remoção de barreiras para a participação igualitária para ambos os sexos, a realização de campanhas de conscientização de massa que promovam e protejam todo o leque de direitos humanos aceites internacionalmente, incluindo o direito à saúde sexual e reprodutiva.

 

Excelências

Sem a informação necessária e os meios para a sua protecção, os adolescentes e jovens, particularmente as raparigas estão em risco de comprometer o seu estado de saúde física e mental, especialmente a sua saúde reprodutiva.

Para a promoção e oferta de serviços integrados de saúde sexual e reprodutiva em Moçambique são necessárias acções coordenadas entre os diferentes sectores e a todos níveis – por esta razão, uma plataforma multissectorial, forte e abrangente, constitui uma das formas mais eficazes para o alargamento do acesso ao planeamento familiar para todos.

É neste contexto que hoje testemunhamos o lançamento do Programa denominado “Minha Escolha” que visa apoiar o programa nacional de saúde sexual e reprodutiva, com foco no adolescente e jovem da província de Tete, onde estão criadas as condições para a sua implementação em todas as suas componentes.

Antes de terminar, encorajamos a todas as pessoas dos diferentes sectores do governo, sociedade civil, Comunicação Social, parceiros de cooperação, líderes comunitários e religiosos a engajarem-se na implementação do programa “Minha Escolha” como forma de garantir que os benefícios da saúde sexual e reprodutiva incluindo o planeamento familiar na vida dos indivíduos, das famílias e da sociedade em Tete seja uma realidade.

Por fim queria agradecer a Exma Sra. Esposa de Sua Excelência Senhor Governador Provincial, o Ministerio de Saúde, a todos os parceiros, particularmente o Governo dos Países Baixos pelo apoio constante que tem dado a programas de adolescentes e jovens, a Saúde Sexual e Reproductiva, a programas inovadores e implementados nas zonas mais vulneráveis.

 

Muito obrigada pela vossa atenção.